Raquel comenta impasse com professores em Caruaru

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Publicado por Karol Matos
16 de março de 2022 às 18h37min
Foto: Divulgação/PMC

Em meio a todo o vai e vem envolvendo o reajuste dos professores de carreira em Caruaru, a prefeita Raquel Lyra (PSDB) se pronunciou pela primeira vez sobre o embate entre o governo municipal e os efetivos, que deflagraram uma greve no início da semana. Ontem (15), a Justiça considerou a paralisação ilegal e determinou o fim da mobilização, estabelecendo multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento, o que obrigou a categoria a suspender a greve. 

Mais cedo, antes da definição do sindicato, a prefeita Raquel Lyra (PSDB), que montou um núcleo de secretários para negociar com a categoria, falou sobre o assunto. Em entrevista à Rádio Jornal Caruaru, a gestora, que é pré-candidata ao Governo do Estado, disse que quando assumiu a Prefeitura, equalizou a remuneração dos professores. Segundo Raquel, não seria justo pagar salários diferentes a profissionais que desempenhavam a mesma função.

“Professor contratado temporário na nossa cidade recebia um salário mínimo em 2017, eram R$ 700. E o nosso compromisso era de garantir a valorização também desse profissional. São todos professores, estão todos na escola, dando as mesmas atividades e não era justo o descompasso entre o pagamento do valor da hora-aula do professor efetivo para o professor contratado temporário. Afinal de contas, estão todos fazendo o mesmo ofício e o nosso grande volume de investimento tem sido para garantia desse piso”, disse Raquel.

Na sexta-feira (18) será realizada uma nova reunião da mesa de negociações, onde o município deve apresentar uma contraproposta. Ao todo são 1.100 professores efetivos que questionam a oferta de 10,16% de reajuste apresentada pela gestão. Apenas os contratados, que recebem o piso, teriam aumento de 33,24%, conforme estabelecido pelo Governo Federal. Os profissionais de carreira, que ganham mais que o piso salarial, dizem que não vão aceitar percentual diferente dos professores temporários, alegando que eles fizeram investimentos em especializações, o que justifica um salário muito maior. 

A Prefeitura dizia que a Lei de Responsabilidade Fiscal impedia que fosse apresentada uma oferta maior, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu, na segunda-feira (14), que a LRF não pode ser utilizada como argumento para não investir na carreira de servidores. Com isso, o comitê de secretários bate-cabeça para apresentar uma proposta que possa agradar a categoria.

“Eu não tenho dúvida de que no processo de negociação nós vamos conseguir apaziguar os ânimos e mostrar o trabalho sério e comprometido que nós estamos tendo com as contas do município e com a valorização do nosso servidor… nós estamos fazendo de maneira articulada. Não dá para pensar em um servidor separado do outro. Nós estamos tratando de todos. Eu tenho certeza de que chegaremos a bom termo na negociação com o sindicato e isso está sendo tocado pela Secretaria de Administração e o Núcleo de Gestão do nosso município”, afirmou Raquel.

Karol Matos

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