No início da tarde de hoje (19), o Blog Cenário trouxe uma matéria revelando uma ação de impugnação da candidatura de Zé Queiroz (PDT), protocolada em nome da coligação Avança Caruaru, que tem como candidato o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB). O documento foi enviado às 23h43 de ontem (18) à Justiça Eleitoral. Entretanto, na manhã desta segunda, mais especificamente às 9h21, a 106ª vara recebeu uma petição de desistência desta ação.

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Logo após a publicação, o advogado Delmiro Campos, que é responsável pela coordenação jurídica da campanha do tucano, procurou o blog e enviou uma nota negando que Mateus Gama Lisboa, advogado que assinou as petições, faça parte de sua equipe.

“A petição mencionada em sua publicação não foi orientada por nosso escritório ou equipe. O advogado citado não faz parte do nosso quadro técnico, e observamos que tanto a impugnação quanto sua desistência estão desprovidas de instrumento procuratório o que demonstra ter sido, de fato, um mero equívoco por parte do peticionante”, disse Delmiro.

Logo em seguida, o blog entrou em contato com Mateus Gama para esclarecer o caso. Ele alegou que seu token (código) teria sido usado de forma indevida no escritório e que tem “zero” relação com a campanha de Rodrigo, muito menos procuração para representar a coligação.

“Prepararam essa minuta no escritório e utilizaram meu token, tanto é que eu não tenho nem procuração, nem nada. Foi um equívoco do escritório, porque o volume de processo eleitoral é muito grande”, disse o advogado.

A justificativa seria até compreensível, caso a equipe que atua junto com Mateus Gama atendesse à campanha do tucano, podendo sim haver confusão entre processos de clientes. Entretanto, a explicação fica controversa, já que, se o escritório que ele representa não tem qualquer relação com a eleição de Caruaru, como os documentos teriam sido redigidos lá, contendo todos os dados e informações da coligação de Rodrigo e do alvo da ação, o candidato Zé Queiroz?

Uma fonte, em reserva, enviou ao blog diversas consultas a esta tentativa de impugnação, feitas com o cadastro de Mateus, através do sistema PJE, em horários distintos no dia de ontem.

“Uma minuta foi feita, existia uma minuta, que não era para ter sido nem em meu nome”, dizia o advogado, quando foi interrompido para questionamentos.

Ora, se existiu uma minuta que era para ser protocolada, não em nome dele, sugere-se que o documento foi solicitado por alguém, externo ou interno, em algum momento. Ao rebatermos esta informação, o advogado negou que tenha havido qualquer pedido e reiterou que não tem relação com o PSDB Caruaru, sendo a tentativa de impugnação fruto de um equívoco da equipe.

“Eu não tenho qualquer relação com o PSDB de Caruaru. Eu não sei como surgiu dentro do volume de processo do escritório, como surgiu em meu nome essa petição. Tão logo eu soube da existência hoje de manhã, quando eu soube que um processo foi cadastrado em meu nome, eu pedi o desentranhamento da petição e a desistência”, finalizou o advogado Mateus Gama, salientando que já pediu que os documentos sejam excluídos do sistema da Justiça Eleitoral.