O vice-presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Rodrigo Farias (PSB), procurou o Blog Cenário para comentar as declarações da líder do governo, deputada Socorro Pimentel (UB), sobre os entraves da oposição às pautas do Executivo. 

Leia também:

• Socorro não acredita que oposição queira atrapalhar governabilidade de Raquel

Numa matéria publicada também pelo blog, nesta quinta (24), Socorro avaliou que, apesar das matérias do Executivo estarem travadas na CCLJ, não enxerga, por parte da oposição, uma tentativa de atrapalhar a governabilidade de Raquel Lyra (PSD). Para Farias, o que tem dificultado o avanço da gestão é a atuação do próprio governo estadual.

“O que atrapalha o governo não é a oposição. O que atrapalha é indicar um nome para Fernando de Noronha e depois desistir. Passar 83 dias para indicar outro nome e depois começar a agir como se já tivesse sido aprovado pela Assembleia, desrespeitando a lei e o Parlamento”, criticou Farias, se referindo ao processo de indicação do administrador-geral do arquipélago.

Farias também mencionou o que pontuou como “falhas” da atual gestão, como o não envio de informações sobre os empréstimos anteriores solicitados pelo Estado. “A líder do governo deveria estar cobrando da sua própria base por que o governo não envia os dados pedidos pela Assembleia. A oposição está fazendo seu papel: vota os projetos, dá quórum e, inclusive, ajuda a resolver problemas criados pela própria inoperância do governo”, pontuou.

O vice-presidente também apontou que, para ele, há uma falta de respeito institucional do Palácio. “Quem atrapalha o governo é a própria Raquel Lyra, quando descumpre a Lei Orçamentária Anual e deixa de pagar as emendas parlamentares, prejudicando prefeitos, vereadores e, principalmente, a população. A governadora precisa entender que democracia se faz com diálogo e compromisso, não com imposições”, disse o parlamentar.

Rodrigo Farias ressaltou, ainda, a lei proposta por ele e Renato Antunes (PL), que deu garantias ao programa Ganhe o Mundo, aprovada com o apoio da oposição. Ele finalizou destacando que o papel da oposição é fiscalizar e propor soluções. 

“Fizemos, junto com o deputado Renato Antunes, um projeto de lei para evitar que os estudantes fossem prejudicados. O governo falhou, e a Assembleia, inclusive a oposição, ajudou. É preciso parar de reclamar e começar a governar. […] O governo Raquel Lyra já está aí há mais de dois anos, e até agora o que se vê é um discurso de transferência de responsabilidade. A oposição está aqui para cobrar, mas também para colaborar. O que não dá é para aceitar que se responsabilize o Parlamento pela paralisia do Executivo”, finalizou.